A astrologia estuda a influência do Sol, da Lua, e dos planetas que fazem parte do sistema solar sobre a vida terrena. A análise dos movimentos que eles descrevem e a relação que estabelecem entre si permite-nos compreender melhor o passado e o presente e antecipar o futuro.
Se gosta de Astrologia, provavelmente já ouviu falar em trânsitos ou aspetos, termos que são bastante usados para fundamentar horóscopos, previsões e análises de Mapas Astrais. O seu significado é mais simples do que possa talvez pensar, e conhecê-lo ajuda a compreender que tipo de acontecimentos podem vir ao nosso encontro.
Antes de mais, importa ter em conta que cada astro exerce uma influência especial sobre nós, regendo de forma mais direta determinadas áreas da nossa vida:
Sol – diz respeito ao “eu”, ao sentido de identidade;
Mercúrio – influencia o pensamento, as ideias, a comunicação, a aprendizagem;
Vénus – afeta a vida amorosa, os sentimentos, os relacionamentos;
Lua – rege as emoções, a sensibilidade, a intuição, a criatividade;
Marte – influencia as paixões, os impulsos, a agressividade, o dinamismo, a capacidade de ação;
Júpiter – expande a consciência, regendo a fé, o idealismo e a esperança, ajuda a atrair a sorte, a abundância e as oportunidades;
Saturno – associado ao amadurecimento, apresenta lições e pode representar obstáculos, dificuldades e situações que nos obrigam a desenvolver a persistência e a capacidade de resistir;
Úrano – desencadeia mudanças abruptas que deitam por terra as estruturas rígidas, traz a renovação de mentalidades, agita aquilo que está estagnado;
Neptuno – associado ao psiquismo, à imaginação, ao sonho, à ilusão, à capacidade de perceção extrassensorial;
Plutão – precipita as grandes transformações, destruindo aquilo que está em desequilíbrio e permitindo uma profunda regeneração interior.
Para além da Lua, do Sol e dos planetas do sistema solar, há ainda dois pontos fictícios que têm um papel muito importante na análise astrológica: os dois Nodos Lunares, que resultam de um cálculo de distância entre a Lua e o Sol, e que representam dois polos opostos: o Nodo Lunar Norte e o Nodo Lunar Sul, associados a reencarnações passadas, à Astrologia Cármica, à missão que viemos cumprir a esta vida e a histórias que deixámos em aberto em vidas anteriores.
Sempre que, nas suas trajetórias, a distância entre os planetas, o Sol, a Lua ou os Nodos Lunares formam determinados ângulos, são criados os chamados aspetos astrológicos, decisivos para compreender a natureza dos acontecimentos que nos esperam.
Os principais aspetos são:
- Conjunção – quando dois ou mais corpos celestes se encontram no mesmo grau do Zodíaco – representa a união de energias;
- Sextil – quando estão a 60 graus de distância – representa cooperação, facilidade, sendo um aspeto harmonioso;
- Quadratura – quando se distanciam a 90 graus – aspeto tenso, indica dificuldades, fricção;
- Trígono – se estão a 120 graus de distância – representa equilíbrio e harmonia;
- Oposição – quando estão a 190 graus de distância – apesar de existir um total antagonismo, pode também haver complementaridade entre as energias dos corpos celestes envolvidos.
Os aspetos astrológicos são usados para compreender a personalidade da pessoa, na análise do Mapa Astral, para avaliar a compatibilidade entre duas pessoas, na Sinastria, e para antecipar prováveis acontecimentos futuros.
Sempre que dois ou mais corpos celestes formam um determinado aspeto a sua ação sobre a nossa vida tem um impacto especial.
Porque os astros estão em constante movimento no sistema solar, para além dos aspetos é também essencial compreender os trânsitos planetários, que descrevem a trajetória que cada planeta segue ao longo da sua órbita e as relações que vai estabelecendo com os restantes. A análise desses trânsitos ajuda a prever acontecimentos e a compreender por que razão determinadas situações surgem em certos momentos das nossas vidas.
Os planetas de trânsito rápido são aqueles cujas órbitas se encontram mais próximas do Sol, razão pela qual levam menos tempo a descrever uma volta completa. Os aspetos que formam são passageiros, porque se movimentam mais rapidamente, e por isso a sua influência tem uma duração mais curta, cujo impacto nas nossas vidas pode durar apenas dias ou meses. É o caso da Lua (que não é um planeta, mas, sendo o satélite da Terra, exerce sobre ela uma especial influência), de Mercúrio, Vénus, e Marte, por ordem crescente de tempo que duram os efeitos dos seus trânsitos.
Júpiter, Saturno, Úrano, Neptuno e Plutão são planetas de maiores dimensões e encontram-se mais afastados do Sol, o que faz com que demorem mais tempo a percorrer a sua órbita completamente. Por esse motivo, são chamados planetas de trânsito lento e os seus trânsitos têm um efeito que se prolonga por vários meses e até anos. Nos dias em que estes trânsitos começam e terminam (por exemplo, quando um destes planetas fica retrógrado) a energia gerada por ele é sentida de forma mais intensa, mas, de um modo geral, é ao olharmos para trás, retrospetivamente, que nos apercebemos das mudanças que foram sendo provocadas nas nossas vidas e que coincidem com esses trânsitos.
Os aspetos formados pelos trânsitos de planetas de trânsito rápido (por exemplo, uma conjunção de Vénus com Mercúrio) são passageiros e têm um impacto pequeno.
Quando um planeta de trânsito lento forma um aspeto com um planeta de trânsito rápido (por exemplo, uma quadratura de Saturno a Marte) os seus efeitos são mais prolongados, durando cerca até 6 meses.
Os aspetos formados entre dois planetas de trânsito lento (por exemplo, uma conjunção entre Saturno e Úrano) são bastante duradouros, não sendo imediatamente notados em dias específicos, mas tendo uma ação que pode manifestar-se durante mais de um ano. Estes efeitos são sentidos tanto a nível individual como, sobretudo, na sociedade, havendo profundas mudanças a nível social, de ideologia, políticas, económicas, etc.