Origem das tradições de Natal
Estamos em plena época festiva. A cada ano, montamos a árvore de Natal, colocamos a meia na lareira, compramos presentes para os que nos são mais próximos e, numa mesa portuguesa, nunca falta o bolo rei. Neste artigo, explicamos-lhe o significado de cada tradição associada a esta quadra.
Árvore de Natal
Acredita-se que a primeira árvore de Natal foi feita no século XVI. Na Alemanha, era comum as famílias decorarem pinheiros com papéis coloridos, frutas e doces. A tradição espalhou-se por toda a Europa e, em Portugal, não é exceção. Reza a lenda de que o pinheiro foi escolhido como símbolo do Natal devido à forma triangular que, segundo a cultura cristã, representa a Santíssima Trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Presépio
Ao lado da árvore de Natal encontra-se quase sempre um bonito presépio, com as figuras principais: José, Maria e Jesus, os três reis magos e alguns animais, recriando o nascimento do menino Jesus. Para os cristãos, este é um dos símbolos mais importantes desta quadra. A sua origem, tal como o conhecemos hoje, remonta ao século XVI.
Meia na lareira
Reza a lenda que um homem da nobreza, muito triste com a morte da mulher, gastou toda a fortuna, deixando as três filhas na miséria. São Nicolau, sabendo que a família estava com dificuldades, foi até à casa deste homem e deitou três sacos cheios de moedas de ouro pela chaminé; as moedas caíram dentro das meias das raparigas, que estavam a secar junto à lareira. Por isso, acredita-se que colocar uma meia (quanto maior melhor) neste local atrai a boa sorte.
Missa do Galo
Esta celebração realiza-se à meia-noite do dia 24 para 25 de Dezembro e assinala o nascimento de Jesus. Segundo os ditos antigos, à meia-noite do dia 24 um galo teria cantado, anunciando a vinda do Messias. Após a missa, as pessoas voltam para casa, colocam a imagem do Menino Jesus no Presépio e entregam os presentes uns aos outros.
Pai Natal
Hoje em dia, as crianças acham que o Pai Natal vive no Polo Norte, onde passa o ano a fazer presentes para os meninos de todo o mundo. Mas o velhote de barbas brancas - como o conhecemos agora – “nasceu” para os lados do Mediterrâneo e depois foi ganhando fama um pouco por todo o mundo. A sua imagem é inspirada na figura de São Nicolau, um bispo turco que se tornou Santo pelas generosas ações, como oferecer presentes aos mais pequenos e protegê-los.
Bolo Rei
Este doce tradicional pode comer-se desde o Natal até ao dia de Reis. A sua forma redonda, com um buraco no meio, lembra uma coroa e representa os três reis magos (Gaspar, Belchior e Baltazar) e os presentes que estes levaram ao menino Jesus no dia do seu nascimento. A côdea do bolo simboliza o ouro, as frutas cristalizadas representam a mirra e o aroma o incenso.
Consoada
Nos tempos antigos, durante as vigílias que celebravam o nascimento de Jesus era praticado o jejum que, ao longo dos séculos, foi eliminado dando lugar à refeição que o povo designou de Consoada. Hoje em dia, é geralmente composta por bacalhau cozido, batatas e couves, seguida de uma panóplia de doces. Reza a lenda que a mesa da Consoada não deve ser levantada e as sobras de comida devem permanecer durante toda a noite em sinal de respeito aos mortos da família.
Presentes
Já faz mais de dez mil anos que os agricultores começaram a trocar presentes entre si, no solstício de Inverno, para celebrarem o facto desta estação já estar a meio e, em breve, terem início os dias bons; normalmente, eram bens alimentares que tinham de sobra. Apesar de ser um costume pagão, os cristãos adotaram o conceito e começaram a oferecer presentes uns aos outros, simbolizando a entrega de oferendas ao Menino Jesus pelos Reis Magos.